Resident Evil 3: Nemesis chega pela primeira vez em 1999. Um ano que marcou o survival horror, porque nesse ano vimos obras de culto como Dino Crisis e Silent Hill. Obras que sobreviveram ao longo dos anos, como grandes ícones do género e que serviram para consagrar seus criadores. Especialmente Shinji Mikami, produtor de Resident Evil 3: Nemesis e criador de Dino Crisis.

Resident Evil 3: Nemesis nasceu como o terceiro grande jogo icónica franquia da Capcom. Diante do enorme sucesso de Resident Evil 2, a empresa decidiu, no mesmo ano de seu lançamento, trabalhar em três projetos simultaneamente: Resident Evil 0 para Nintendo64, Resident Evil Code: Veronica exclusivamente para a Sega Dreamcast e Resident Evil 3, desta vez para PlayStation. Curioso que a Capcom estava a fazer um capitulo exclusivamente para cada fabricante de consolas.

A ideia original de Shinji Mikami era criar um jogo diferente de seu antecessor. Com uma energia diferente, com uma cidade mais aberta que permitiria uma maior exploração. Além disso, Mikami acreditava que Resident Evil 3 não deveria ter esse nome, porque não representava uma história posterior a Resident Evil 3. Originalmente Resident Evil: Veronica deveria ser a verdadeira terceira parte. No entanto, a Capcom acabou por optar pela numeração para ter alguma consistência e para destacar o fim da era de Raccoon City.

Quando Resident Evil 3: Nemesis foi lançado, foi bem recebido pela crítica e pelo público. O jogo original abandonou o terror purista dos dois títulos anteriores e já começa a mostrar uma maior influência do gênero de ação. Influência que acabaria se estabelecendo em Resident Evil 4; Para muitos, o melhor jogo da franquia e o último survival horror a ganhar o prêmio de Game Of The Year, até o momento.

A partir de hoje, está classificado em # 15 dos jogos mais vendidos da Capcom na história, embora Resident Evil 3 possa superá-lo. Nesse caso, é possível que a empresa seja incentivada a nos trazer mais remakes da franquia. Especialmente o de Resident Evil Code: Veronica, que realmente sentimos falta e merece uma remake para a Xbox Series X|S.

Como podes ver, Resident Evil 3 começa com uma Raccoon City mergulhada no apocalipse. Jill Valentine, um membro do S.T.A.R.S. e sobrevivente do terror de Arklay e da Mansão Spencer, deve fugir. Resident Evil 3 começa com o mesmo foco de Resident Evil 2, algumas horas antes dos eventos estrelados por Leon e Claire. A Capcom está ciente disso e nos leva totalmente para a história desde o início, sem rodeios; em parte graças a uma introdução que é extremamente espetacular.

Resident Evil 3 oferece-nos, novamente, três níveis de dificuldade: Fácil (onde teremos a grande vantagem de começar com um rifle de assalto, além de que os inimigos serão menos resistentes e receberemos menos danos), Standard (com inimigos mais fortes , menos resistência física, menos munição ao criá-lo e sem auxílio de mira) e, por fim, para os mais valentes, Hardcore, em que os inimigos serão o inferno e receberemos menos munição ao criá-lo. Depois de escolher o modo que mais nos convence, a nossa aventura por Raccoon City começará. E naquele momento notaremos as diferenças em relação a Resident Evil 2.

A Capcom cumpriu sua promessa com Resident Evil 3, oferecendo-nos um jogo mais aberto e muito menos linear do que o anterior. Algo que, por outro lado, também aconteceu com Resident Evil 3: Nemesis de 1999. O survival horror puro e duro dá lugar a um título que combina os dois gêneros; oferecendo-nos momentos de ação espetacular com momentos de sobrevivência que nos deixarão arrepiados.

É verdade que Resident Evil 3 continua a linha jogável de Resident Evil 2, sem apresentar grandes novidades. Embora, desde o início, Raccoon City mostre todo o seu potencial. Passamos de corredores fechados a uma metrópole caótica e destruída, o que nos dará liberdade para investigar cada canto e recanto e nos convidar a investigá-lo com entusiasmo.

Jill e Carlos têm a habilidade útil de se esquivar; algo que será extremamente útil contra os inimigos que encontramos com mais frequência no jogo, como zombies. Os inimigos serão mais numerosos que na edição anterior, mas o combate é equilibrado graças aos elementos que a cidade oferece e que nos serão muito úteis. Por exemplo, podemos explodir barris explosivos para matar um grupo ou aproveitar tomadas elétricas para paralisá-los e economizar tempo. Algo que também era presente no original. Capcom dá-nos uma jogabilidade muito boa e fluida, levando-nos a explorar Raccoon City sem falhas jogáveis ​​e com protagonistas vivos e resolvidos.

Como um bom Resident Evil, começaremos nosso inventário com muito poucos espaços, mas podemos expandi-lo conforme avançamos. As armas clássicas também voltarão e se tornarão nossas melhores amigas, seja a pistola, o rifle, a espingarda ou a sempre desejada Magnum. Resident Evil 3 abandona o horror puro é observado nas munições, explosivos ou ervas, que será muito mais frequente do que no remake anterior.

Mais inimigos do que em Resident Evil 2 e muito bem-sucedido

Resident Evil 3 oferece uma variedade maior de inimigos do que Resident Evil 2. Alguns que não podem faltar em Resident Evil estão de volta, como zombies ou cães. Porém, o inimigo que devemos destacar acima de tudo (ignorando Nemesis) são os Hunters. Sem entrar em detalhes, porque será melhor para descobrires, apenas diremos que os encontros são espetaculares, que irás passar muito mal e que suas seções são memoráveis. Novos inimigos também aparecerão, o que será um verdadeiro pesadelo.

É verdade que perdemos alguns inimigos do jogo original, como corvos ou aranhas. Mas também é verdade que os monstros que aparecem são muito bem pensados. Cada um aparece em momentos e áreas chave, sem que seus encontros pareçam casuais.

Uma homenagem ao clássico de 1999, inclusive nas suas falhas

Apesar de tudo isso, Resident Evil 3 tem uma falha que não pode ser esquecida: a enorme escassez de quebra-cabeças. Embora Resident Evil 2 e Resident Evil 7 tenham oferecido quebra-cabeça após quebra-cabeça, isso se perde nesta nova edição. Chega de encontrar partes de uma figura para criar uma sombra que abra uma porta ou de procurar peças de xadrez que nos permitam passar para a próxima área. Resident Evil 3 dispensa os quebra-cabeças em favor de uma jogabilidade mais linear, que não é interrompida para resolver os quebra-cabeças. Este foi um ponto de grande contorvérsia, porém também era algo presente no original, ao qual a Capcom também trouxe, sem talvez se aperceber que os fãs pediam era mais puzzles do que propriamente ação.

Há também outro destaque do jogo: a ausência de retrocessos. Esta sequela sai da dinâmica de caminhar por corredores, destrancar zonas, encontrar elementos que nos permitem abrir portas anteriores e assim sucessivamente. Resident Evil 3 está empenhado em oferecer uma aventura que talvez seja mais acessível para todos os jogadores, em vez de continuar na exploração exaustiva dos capítulos anteriores.

Mas também é verdade que o toque de ação de Resident Evil 3 ajuda do ponto de vista de Storytelling. O título apresenta a história de forma clara e precisa, prendendo-nos desde o início. Muito em breve ficará muito claro para nós quem é quem, intuiremos o papel que cada um desempenha e a história se desenrolará de forma muito clara e precisa. Algo que sem dúvida vai facilitar o trabalho do jogador, que ficará fisgado desde o primeiro momento. Confesso que neste campo, o remake de RE3 é superior ao de RE2.

Dupla campanha com Jill e Carlos?

Ao contrário de Resident Evil 2, desta vez não encontramos duas campanhas paralelas, mas uma ao qual tens acesso a 2 personagens. Embora Jill seja a protagonista, boa parte da aventura terás acesso Carlos Oliveira.

Um dos destaques de ambas as personagens é que eles têm muito mais vida do que Leon e Claire. Jill se apresenta como uma S.T.A.R.S. menos heróica do que a conhecemos há 20 anos e mais exausta psicológica e fisicamente, com sintomas claros de estresse pós-traumático dos eventos vividos em Resident Evil de 1996 ou 2002. Por sua vez, Carlos é inicialmente apresentado como o herói masculino clássico, embora suas preocupações apareçam aos poucos. Embora a princípio desconfiem um do outro, aos poucos precisarão um do outro para poderem sair vivos da cidade.

Capcom também levanta uma diferença interessante entre os dois protagonistas, do ponto de vista jogável. Enquanto as seções de Jill estão claramente focadas na ação, as secções de Carlos trarão de volta ao clássico terror de sobrevivência; aquele que conhecemos em Resident Evil 2. E a verdade é que a mistura funciona. Ambas as fases estão muito bem intercaladas, são atrativas para o jogador e vão tornar a história divertida. Especialmente no meio, o jogo irá subir como uma bala e você não poderá largar o comando.

O trabalho da Capcom sobre Carlos Oliveira deve ser destacado de forma muito positiva. Longe de ser o que Ada ou Sherry eram no jogo anterior, Oliveira tem muito destaque. Se vocês são fãs do género e gostaram de Resident Evil 2, vão adorar esta personagem; especialmente na fase hospitalar, que é sem dúvida uma das melhores partes do jogo.

Mas Jill e Carlos não são os únicos que encontraremos (ou reconheceremos) em Raccoon City. Junto com eles, também terão importância os demais integrantes da UBCS, que terão personalidades muito mais marcadas e individualizadas do que as da versão de 1999. De todos eles podemos destacar Nikolai, que é sem dúvida um dos personagens mais interessantes do jogo. Brad Vickers também faz uma aparição, com um destino diferente em relação ao jogo original, mas conseguiu.

Nemesis não é o Mr. X, mas é espetacular

Além de Jil e Carlos, a grande reivindicação de Resident Evil 3 foi, desde o início, Nemesis. Os fãs vinham pedindo o remake de Resident Evil 3 em grande parte por causa dele, para poder curtir a angústia desse vilão nas gerações atuais. Nemesis é um vilão muito bom, embora seja diferente do Mr. X. Se tivéssemos que comparar, ir do Mr. X para Nemesis é como ir do xenomorfo de Alien: O Oitavo Passageiro (1979) para o T-1000 do Terminator 2 (1991).

Nemesis não nos dará essa sensação de constante desamparo e assédio. Já dissemos que Resident Evil 3 entrou em ação, em grande medida, e Nemesis é a prova disso. O monstro está mais perto de um vilão perseguidor comum, que tornará a vida impossível para nós em certas fases específicas. É um pouco mais parecido com o Utsanak de Resident Evil 6 ou o Executioner Majini de Resident Evil 5 do que os de Mr. X, embora economize as enormes distâncias. O Mr. X simbolizava a tensão constante ligada ao desconforto e à solidão mediante um ambiente fechado. Mas Nemesis está mais perto da adrenalina e do instinto de sobrevivência num ambiente aberto mas apocaliptico.

Mas não te confundas, porque Nemesis é espetacular. Quando aparece, desencadeia o caos, e independentemente do momento em que nos encontramos, será melhor evitá-lo. Porque Nemesis é devastador, ele não nos deixará respirar, ele usará tudo ao nosso alcance e com alguns golpes ele te matará. O Seu poder é incomparável e, dependendo de quando o encontrarmos, ele nos atacará com algumas armas ou outras, embora todas devastadoras. Além disso, desde o primeiro momento ele usará sua força, sua velocidade para nos alcançar (com derrapagem incluída, alcançando imediatamente) e até seu grito ensurdecedor, que nos paralisará por alguns segundos.

Os encontros com Nemesis vão melhorar à medida que a história avança, deixando-nos momentos de mestre. É uma pena que cada vez que o encontramos, não podemos perder um segundo admirando-o e apreciando seu design. Porque é esplêndido.

RE Engine destaca-se novamente

Neste ponto, não é surpresa que o RE Engine ofereça gráficos e recursos técnicos incríveis. As áreas e personagens têm um nível de detalhe muito bom; das ruas de Raccoon City ao design de personagens. Os protagonistas são muito bem criados e cheios de nuances. O desenho de Jill Valentine, que é sem dúvida a personagem que mais brilha neste aspecto, merece destaque; Valentine é expressiva, mostra muitas nuances e evolui visualmente com aventura, emagrece e se enche de feridas conforme avança.

Os inimigos não ficam atrás e, de fato, são eles que brilham na seção de design. Nemesis é absolutamente incrível e é notável o enorme trabalho que a Capcom fez criando todos os seus detalhes. 

A Capcom também faz uso muito inteligente das luzes e sons do jogo. Assim, é possível diferenciar claramente as fases da ação, que acontecem fora de Raccoon City e onde podemos desfrutar de uma cidade cheia de explosões, incêndios, prédios desmoronados e escombros. Por outro lado, as fases de survival horror mostram mais o jogo de luz e sombra que já desfrutamos em Resident Evil 2.

Talvez o único ponto negativo que se possa destacar é a pouca evolução que há em relação ao título anterior. Na verdade, em termos gerais, o aspecto técnico de Resident Evil 2 brilha mais; os zumbis, podridão e até mesmo os detalhes físicos dos personagens que ele mostrou não são apresentados neste jogo.

A duração também é menor do que Resident Evil 2, mas porque o jogo original também era. Com cerca de 7 horas teremos o suficiente para terminar a campanha, independentemente de querermos depois terminar o jogo com conteúdo pós-jogo.

Assim que o jogo terminar, podemos desfrutar de alguns bónus, como roupas especiais desbloqueáveis. Porém, mais uma vez temos que destacar a Biblioteca como o principal acréscimo. É sempre um presente que a Capcom compartilhe os aspectos criativos de seus jogos, pois eles nos permitem conhecer melhor seus trabalhos. E Resident Evil 3 não é exceção. Embora desta vez teremos que desbloquear os esboços e designs do jogo, que é mais interessante do que o anterior.

O resumo, Resident Evil 3 não é RE2, mas também não o deveria ser. Cada capítulo deve brilhar à sua maneira, não repetindo fórmulas. Um Survival Horror bastante recomendável. 

9/10

 

Aproveitamos que de momento RESIDENT EVIL 3 ESTÁ EM PROMOÇÃO POR APENAS 19.99€ através do nosso parceiro Instant Gaming. Garante já a sua cópia digital clicando aqui!

O mundo da Xbox

empty alt

5 jogos single player para jogares este Fim de Semana

empty alt

Os 10 melhores jogos disponíveis no Xbox Game Pass Core

empty alt

Crash Bandicoot e Spyro podem tornar-se Exclusivos Xbox?

empty alt

Os frutos do investimento da Xbox no mercado Japonês

empty alt

Análise - Hi-fi Rush

empty alt

Análise - Legrand Legacy

empty alt

Análise - Persona 3 Portable

Back To Top