Este mundo contém uma monstruosa dose de nostalgia, piadas e o seu impressionante bestiário construído ao longo dos últimos 35 anos. Os novatos podem encontrar aqui um JRPG decente, mas perderão muito do que o faz sobressair, que são as inúmeras referências aos Final Fantasy lançados até agora (XV).

Cada FF é uma colecão de mecânicas interligadas. Existem frequentemente regras sobrepostas que regem o combate, as viagens, a progressão e a narrativa. A ideia principal por detrás deste é a sua captura de monstros. Lutar contra um monstro, capturar esse monstro, trazê-lo para o próximo combate, e recomeçar o ciclo.

E isto é uma espada com dois bicos: Mecanicamente, atinge o nível certo de complexidade onde a formulação de estratégias a longo prazo é satisfatória, mas, aliado a este estratagema de mudança de monstros constantemente vem aliado à tarefa de colecionar que poderá levar algum tempo. Para quem gosta do subgénero é uma delícia, para quem apenas quer desfrutar da campanha pode ser um martírio. O combate por turnos é tal como os Final Fantasy clássicos. Para quem nunca jogou FF e provém dos Pokemóns e Digimons também se vai sentir em casa.

De uma perspectiva narrativa, é exagerada e melodramática, cheia de clichés do género e de um diálogo digno de má-comédia. Vale bem a pena jogar, não pela história, mas sim pela nostalgia. Entre o aparecimento de personagens originários de Final Fantasy I até ao Final Fantasy XV, a inclusão de diálogo famosas, e música remasterizada da série, World of Final Fantasy põe a nostalgia em primeiro lugar.

A história de World of Final Fantasy é simples, até porque foi intenção da Square-Enix direcionar este título para um público mais jovem. Reynn e Lann têm amnésia. Eles querem descobrir quem são. Para isso, precisam de recolher quatro chaves para cumprir uma profecia. Quem já viu o conto dos 4 Guerreiros da Luz é mais do mesmo. Contudo, durante a campanha é nos arrancado um sorriso na cara pela aparição das personagens principais dos jogos anteriores que assistem a Reynn e Lann durante a campanha de 30 horas - muitos reviewers falavam em 40/50 horas, eu passei isto em 30h apenas a estória. 

Contudo, esperava uma melhor explicação para o porquê de todos estes heróis de mundos canonicamente separados se terem juntado no mundo de Grymoire para apoiar a história de Reynn e Lann. Há pistas para este fim, mas nada de concreto. No início, parecia que o Mundo iria amarrar todos os jogos de FF numa espécie de cenário de universo alternativo, mas na sua maioria ignora este fio condutor em vez de o explicar.

 

Reynn e Lann são cada um acompanhados por até dois monstros, com as personagens a formar unidades singulares chamadas de pilares. Cada pilar assume as habilidades e estatísticas dos seus personagens constituintes, pelo que um pilar com um Bomb e um Flan será capaz de lançar tanto a magia do fogo como a da água. Mais interessante, um pilar com uma Bomb e um Dragão Vermelho duplicará as habilidades de fogo, permitindo uma magia mais poderosa como Fira. Teremos constantemente que mudar de monstros consoante o ambiente que estamos ou o tipo de monstros que estamos a lutar. No seu geral, World of Final Fantasy consegue ser um jogo bastante completo estrategicamente, que irá satisfazer a miúdos como graúdos.

Acompanhado à tarefa de coleccionar monstros também teremos que os devenvolver e evoluir, tal como a série Pokemon/Digimon e com isso teremos um sistema similar ao Final Fantasy X, mas em menor escala. Fiquei bastante satisfeito com este modo de desenvolvimento que adiciona um certo grau de profundidade. 

Há tantos monstros reconhecíveis que ocupam lugares especiais no meu coração, que parece que seria um mau serviço negligenciá-los e não os apanhar. Além disso, teremos inúmeras masmorras para explorar após os créditos. Não temos acesso a um World Map clássico, mas sim mais ao estilo de Final Fantasy X, pelo que poderás explorar revisitar os teus locais favoritos sem fazer backtracking.

O que menos gostei sobre desta experiência nostálgica foram os combates aleatórios que podem ser demasiados regulares em certas zonas. Poderia ter uma opção de regular a frequência como em Braverly Default, mas também não podemos ter tudo.

Em conclusão, para aqueles que investiram na série até este ponto, vale muito a pena jogar. Significará muito para os fãs ir numa aventura, lutar, e crescer com os monstros que no passado só eram inimigos. A sua história fraca diminui um pouco a experiência, mas o poder da nostalgia bem feita ofusca a estória facilmente.

8Jogabilidade8Graficos6Level Design7.5Audio7.5Nota Final

 

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