Numa era de remasters onde desperta a nossa veia nostálgica, e também após o sucesso comercial de Final Fantasy X | X-2 Remaster, seria incontornável o lançamento de Final Fantasy XII que na altura foi alvo de contorvérsia por se afastar dos padrões da série. Contudo, já passaram mais de 10 anos, o mercado de videojogos deu uma volta de 180 graus e agora Final Fantasy XII tem agora uma oportunidade de brilhar. Esta edição têm conteúdo nunca lançado no ocidente tal como novo sistema de Jobs, controlo dos Espers e muito mais.

Final Fantasy XII conta-nos a história de Dalmasca, uma nação que se encontra no meio de uma guerra entre dois impérios rivais. Vaan, um adolescente inquieto, encontra-se numa resistência de Dalmasca que luta contra o império de Archadia, cujo líder, Vayne, está usando "nethicite" como armas. Vaan e sua equipa de aliados têm como objectivo parar Vayne e a guerra de modo que Dalmasca não seja destruída num fogo cruzado, quebrando o ciclo de violência que muito tem dominado o mundo de Ivalice.

Os fãs vão reconhecer instantaneamente Ivalice como o nome do mundo de Final Fantasy Tactics, e há uma boa razão para isso. Ivalice é um mundo criado por Yasumi Matsuno que foi usado nos jogos onde teve o papel como director, tais como Final Fantasy Tactics, Vagrant Story e agora Final Fantasy XII. Também como director está Hiroyuki Ito, criador do sistema de batalha ATB e director de FFVI e FFIX.

A história é mais sobre nações e eventos do que pessoas, e por esta razão, algumas das personagens de Final Fantasy XII estão subdesenvolvidos, o que é insatisfatório. Muitas das personagens secundárias são mais interessantes que os protagonistas. Por exemplo, Vaan, apesar de ser o “protagonista”, têm apenas esse papel porque tropeçou com algumas personagens importantes da história e deixou-se ficar, o que resulta numa história onde não existe nenhum contacto emocional entre o protagonista e o jogador. Contudo o argumento tem uma componente mais política, o que deverá agradar aos fãs de séries de televisão como Game of Thrones.

A jogabilidade de Final Fantasy XII gerou polémica quando foi lançado em 2006. Mover-se num mundo em tempo real, com batalhas não aleatórias exigiu uma série de mudanças ambiciosas para a fórmula da série, que sempre seguiu as suas tradições. Porém, actualmente as batalhas de tempo real tornaram-se norma, o que provou que este jogo estava muito à frente do seu tempo, não sendo muito valorizado na altura (mas mesmo assim vendeu 5 milhões de cópias).

Um MMO offline

Ivalice é um mundo enorme, cuja dimensão é justamente comparado com a de um MMO, oferecendo no mínimo 50 horas de jogo. Atravessando este mundo variado e gigantesco é por muitas vezes demorado e perigoso, porque é fácil encontrar-se com monstros demasiado poderosos para a sua equipa. Este mundo aberto é um aspecto bem-vindo para a série, e realmente faz sentir-se como se estivesse explorando um mundo. Enquanto exploramos, vamos encontrar quantidades enormes de monstros, mais do que Final Fantasy antes deste. As batalhas ocorrem num mundo sem qualquer tipo de transição, tornando-se uma experiência muito mais fluida do que antes. No entanto, ao perder a transição, perde-se muito do impacto do jogo, e os monstros são derrotados com tal frequência que rapidamente se torna uma rotina sem sentido.

Para fazer o sistema de combate mais gerenciável, o jogo dá-nos a opção de Gambits, que essencialmente são instruções que dizem às personagens como responder a várias situações, permitindo a agir por conta própria. Embora totalmente opcional, os jogadores vão querer usá-los para automatizar as ações mais básicas como atacar e curar. Sempre podemos desligar ou sobrepor as acções impostas pelos Gambits, e por vezes até é necessário, porque os Gambits não cobrem todas as situações que aparecem nos combates.

Enquanto percorremos a flora e fauna de Ivalice, o jogador vai acumular pontos de Licença, que são usados para comprar "licenças" para desenvolver as suas personagens. O tabuleiro das licenças é utilizado para aprender feitiços e habilidades e equipar armas e armaduras específicas. Todas as personagens podem usar todos os tipos de armas, escudos e feitiços, desde que sejam desbloqueados no tabuleiro. Pensa no Sphere grid de Final Fantasy X mas mais aberto. Isto permite um nível de flexibilização de desenvolvimento de personagens nunca antes visto num Final Fantasy. Na edição normal, os tabuleiros eram iguais para todas as personagens, fazendo com que fossem uma cópia de um dos outros. Na edição Zodiac Age, cada personagens tem direito a 2 tabuleiros completamente diferentes, fazendo com que todas as personagens tenham habilidades diferentes e tenham a sua importância. 

Espalhados pelo tabuleiro também se encontram o “Mist” que é o equivalente ao Limit Break dos outros capítulos. A grande diferença é que os ataques “Mist” funcionam muito à base da roleta russa, o que faz com que seja um sistema bastante imprevisível. No tabuleiro das licenças também encontramos os Espers, monstros que podemos invocar na batalha para o nosso auxílio. No entanto, estes só estão disponíveis quando os derrotamos durante a nossa aventura. Como Final Fantasy X, quando os Espers são invocados, lutam ao lado do Invocador, contudo com um temporizador. 

Como já estamos habituados, o jogo têm uma apresentação visual e sonora bastante boa. Enquanto os gráficos e a direcção de arte são excelentes, alguns poderão notar que FFXII não teve o mesmo tratamento de Remaster como FFXII a nível gráfico, pois em Final Fantasy X as personagens foram melhoradas geometricamente e em FFXII Zodiac Age nota-se apenas as texturas foram melhoradas.

Outra adição bastante vantajosa é o aumento de velocidade 1.5x durante a jogabilidade. Para os menos pacientes, o grinding é necessário para completar o jogo, não só para desenvolver as personagens, mas também para adquirir o dinheiro e licenças para atualizar o equipamento e aprender habilidades, e esta adição faz com que o processo seja muito mais veloz.

Final Fantasy XII é um jogo que na altura não foi compreendido devido às mudanças radicais na jogabilidade, sendo parecido a um offline MMO. Contudo, num mundo com os MMO e os combates em tempo real são a norma, Final Fantasy XII é um excelente ponto de entrada para quem nunca tocou na série.

9.8NOTA9.5Gráficos10Jogabilidade10Level Design9.5Audio10Nota Final

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